8 de agosto de 2015

Saudades


Saudades!  Sim... Talvez...  E porque não? Se o nosso sonho foi tão alto e forte.  Que bem pensara vê-lo até à morte.  Deslumbrar-me de luz o coração!  Esquecer! Para quê? Ah! Como é vão!  Que tudo isso, amor, nos não importe.  Se ele deixou beleza que conforte.  Deve-nos ser sagrado como o pão!  Quantas vezes, amor, já te esqueci,  Para mais doidamente me lembrar Mais doidamente me lembrar de ti!  E quem dera que fosse sempre assim:  Quanto menos quisesse recordar Mais a saudade andasse presa a mim!
                                                                                          Florbela Espanca

Não saber


Saudade é não saber Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento Não saber como frear as lágrimas diante de uma música Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche....
                                                                                        Martha Medeiros